One Health veio para ficar

“Uma visão holística que visa desenvolver soluções para enfrentar desafios complexos...”

O desenvolvimento humano, social e cultural viu diversos períodos históricos em que os seus valores foram transformados, no entanto, esta transformação guiou-nos até hoje, período em que vivemos desafios e uma urgência para implementar a mudança e salvar o planeta.  One Health (Uma só Saúde) surge como uma abordagem integrada e unificadora que reconhece a interconexão entre a saúde humana, a saúde animal e a saúde ambiental, propondo-se como o próximo passo e caminho a seguir para o desenvolvimento de uma esfera de valores que enfatize o desenvolvimento planetário e comunitário sustentável. 

One Health compreende-se como uma visão holística que visa desenvolver soluções para enfrentar desafios complexos que ameaçam a saúde humana, animal, ambiental, e portanto, planetária. Apesar de as suas origens remontarem ao final do século 19 com o cunho do termo Zoonose para descrever doenças que podem ser transmitidas entre animais e humanos pelo médico Rudolf Virchow, não foi logo assumida a importância do One Health. A sua importância foi sendo reconhecida gradativamente ao longo das diferentes épocas e pelas diferentes gerações. 

A consciencialização sobre as Zoonoses permitiu que entre 1960 e 1980 médicos de saúde humana, médicos de saúde animal e biólogos iniciassem colaborações no sentido de trabalhar esta interdependência e integração de conhecimento e práticas para uma só saúde. No entanto, só a partir de 1990 o conceito começa a ganhar maior visibilidade entre especialistas e população devido às crises globais de saúde com a emergência de doenças infeciosas globais, tais como a gripe aviária (H5N1), a gripe suína (H1N1), e surtos de doenças como Ébola e SARS. Levando a que em 2008 as Nações Unidas, a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), adotassem oficialmente o conceito de One Health. Esta colaboração institucionalizada marcou um avanço significativo no reconhecimento da necessidade de ações coordenadas para enfrentar ameaças globais de saúde, o que certamente irá facilitar a gestão de crises globais de doenças zoonóticas como o COVID-19, mudanças climáticas, crise da biodiversidade, desmatamento de florestas, e a insustentabilidade no uso dos recursos planetários. Foi com a pandemia do COVID-19 que muitos especialistas e meios de comunicação comunicaram explicitamente sobre a esta interconexão entre saúde humana, animal e ambiental, possibilitando-se assim, que a população pudesse compreender a importância do One Health para o seu quotidiano por forma a prevenir futuras pandemias, melhorar a saúde pública e preservar o ambiente.

Hoje estamos no rumo de uma consciência global. Eventos climáticos extremos, desastres naturais, incêndios florestais, inundações e secas, provam à população o impacto da degradação ambiental na saúde humana e animal. Torna-se fundamental a educação da população, seja em escolas, universidades, ou por meio de campanhas governamentais e não governamentais, para uma maior consciencialização da conexão entre as crises ambientais e a saúde de todos. Várias medidas e recomendações têm sido adotadas na União Europeia, estando esta a posicionar-se como um ator importante na promoção da saúde global, sustentabilidade e interconexão entre pessoas e animais. Mas a participação de todos é importante, independente da idade e geração em que nasceu, pois só assim poderemos garantir a sustentabilidade das gerações vindouras neste planeta que é o único que temos. doria vêm de dentro: é essa a lição que levo comigo em cada nova adoção.

A fase de candidaturas terminou, mas as novidades não!

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